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Ele enfrentou o pai para jogar ?CS?, virou melhor do mundo e ganhou R$ 1 mi

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Em 2015, aos 20 anos, Marcelo “Coldzera” David, recebeu a ligação telefônica que mudaria sua vida: era um convite para morar nos Estados Unidos e fazer parte da Luminosity Gaming (LG), então uma das principais equipes de “Counter-Strike: Global Offensive” do mundo.

Na época, Coldzera passava por uma boa fase no “CS”, mas daí até ser convidado para integrar a elite do jogo parecia brincadeira. E foi o que ele pensou: “Nunca fui de pedir vaga nem nada, então quando o fer [Fernando Alvarenga, hoje também jogador da SK] me ligou [para fazer o convite], pensei que fosse trollagem.

Coldzera morava em São Paulo e vivia o dilema de todo aspirante a pro player: insistir em trilhar uma carreira no eSport ou deixar os games de lado e se dedicar aos estudos e, claro, a um “trabalho normal” – no caso dele, ajudar nos negócios da família, que possui uma fábrica de produtos domésticos na Grande São Paulo.

Com o convite formalizado, Coldzera agora precisaria convencer o pai a deixá-lo ir, o que não seria fácil. “Com 14 anos tive a chance de jogar futebol profissional em um clube grande, e meu pai me cortou, pois queria que eu trabalhasse com ele. Dessa vez, bati a pé: ‘ou você vai me deixar ir ou vai acordar e eu terei ido embora’. Já havia perdido um sonho e isso não aconteceria de novo”.

O pai acabou cedendo: “Ele disse que, como pai, não deveria me deixar ir para os EUA, mas que como amigo apoiava que eu fosse atrás do meu sonho”, conta Coldzera.

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Vivendo o sonho americano

Coldzera foi para os EUA e, partir daí, tudo aconteceu muito rápido: seis meses após começar a jogar na LG, o brasileiro ganhou o primeiro Major, como são conhecidos os torneios de “CS:GO” que equivalem a mundiais.

Foi nessa competição, a MLG Major Championship: Columbus, nos EUA, que Coldzera ficou eternizado no “CS: GO” ao realizar uma jogada épica, eliminando quatro dos cinco jogadores do adversário, a Team Liquid, em sequência – até mesmo pulando e sem usar a mira em algumas das mortes.

Se você entrar no “Counter-Strike: Global Offensive” e escolher o mapa de_mirage, onde Coldzera realizou a jogada, procure em um dos muros perto do Bomb Site B e verá um grafite, mostrando um fuzil com asas. Foi a maneira que a Valve, produtora do jogo, encontrou para homenagear a jogada de Coldzera, que hoje possui uma tatuagem desse mesmo grafite no braço direito.

Mas o melhor ainda estava por vir: os brasileiros da LG fizeram história ao ganhar o MLG, chegando ao topo do mundo no “CS: GO” – e, de quebra, embolsando uma premiação de US$ 500 mil.

Os pais de Coldzera, além do irmão, estavam em Ohio e acompanharam de perto a vitória: “Meu pai bateu no meu peito e falou que estava feliz com tudo o que conquistei até hoje”, disse. “O tempo todo foi uma luta para mostrar aos meus pais que a minha escolha estava certa”.

De lá pra cá, foram pelo menos mais dois títulos internacionais importantes e outro Major, todos conquistados em 2016, num ano inesquecível para Coldzera, hoje jogador da SK Gaming, ao lado de vários de seus colegas de LG, como Fallen.

A performance rendeu a Coldzera o prêmio de melhor pro player do ano pelo The Game Awards 2016, cerimônia conhecida como o “Oscar dos Videogames”.

Nada mal para quem sacrificou não apenas a família, mas a convivência com os amigos e até mesmo a namorada (“Deixei-a por causa do jogo. Não só as brigas afetam o lado psicológico como também a distância é complicado de administrar”), mas até mesmo a si próprio, já que uma vez vivendo numa gaming house, alojamento onde moram e treinam os jogadores, a rotina passa a ser “CS” praticamente o dia inteiro.

Segundo o site eSports Earnings, que monitora premiações do eSport, Coldzera já faturou US$ 426 mil, o que, na cotação atual, equivale a cerca de R$ 1,3 milhão. O que ele faz com o dinheiro? Guarda quase tudo e, com a ajuda do pai investe em imóveis e outras modalidades financeiras.

O ano de 2017, por outro lado, não está sendo lá essas coisas para a SK: o time ainda não se adaptou à mudança de line-up ocorrida em fevereiro – João “Felps” chegou para ocupar a vaga de Lincoln “FNX”. No mesmo mês, a equipe levou o vice na DreamHack Masters, em Las Vegas, e amargou uma eliminação prematura no IEM Katowice, na Polônia.

Se a fase não é das melhores, por outro lado não abala as convicções de Coldzera: “Quero me tornar uma lenda, deixar um legado. Não sozinho, mas com o meu time. Quero que o meu time seja o melhor de todos os tempos”.

*O jornalista viajou a convite da Intel

Source: UOL GAMES

Sobre Liands

Olá, me chamo Liands e sou formado em comunicação em mídias digitais. Atualmente trabalho com desenvolvimento web e produção de conteúdo para as mídias digitais. Seja em forma textual ou audiovisual.

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